quinta-feira, 25 de outubro de 2012


Custos Operacionais de Ônibus


O custo operacional, calculado para remuneração de serviços de transportes é a forma mais transparente para negociações entre a empresa contratadora dos serviços e a empresa prestadora.


Custo Operacional = Custo Fixo + Custo Variável 


Custo Fixo: Independe da movimentação do veículo. Pode ser Real [contábil] ou Virtual.



Custo Variável: Depende da movimentação do veículo. É na sua totalidade Contábil.


O custo individual de maior peso na planílha é o custo de combustível. Apenas o custo com pessoal de motorista e cobrador, juntos, são maiores que o custo do diesel. Quando no sistema não há o cobrador, o custo de combustível é a maior parcela do custo operacional.

fonte: estudo do autor, base São Paulo.


Observamos que muitas empresas focam os esforços para reduzir o custo operacional com manutenção, especificamente com Peças de Reposição, que participa com apenas 6,2% no Custo Operacional. Esta atenção num item de menor peso de custo leva inclusive a equívocos como economizar na compra de peças de qualidade duvidosa ou até mesmo a estender intervalos de manutenção de peças importantes na segurança da operação.

Os esforços para redução do custo com combustível começa desde a compra do diesel de qualidade. Agora que estamos com o Proconve P7 [Euro 5] temos a possibilidade de comprar o diesel S50, imprescindível para atendimento do P7 [Euro 5] ou seja 0,02 g/kWh de Material Particulado e 2,0 g/kWh de NOx.

Se todos os ônibus e caminhões produzidos a partir de 1º de janeiro de 2012 tem de usar o diesel S50, pode-se dizer que os veículos comerciais produzidos antes desta data ganham muito com este diesel de qualidade. Operadores de Ônibus que usam o diesel S50 há mais de dois anos, atestam uma economia no consumo de combustível.

Ainda na parte de insumos, aconselha-se atender ao intervalo indicado pela montadora do chassi do ônibus para a troca do filtro de Ar ou atender sempre a luz indicadora no painel do ônibus de Filtro de Ar obstruído.

A calibragem correta dos pneus também é muito importante na economia de combustível. Recomenda-se fazer uma verificação semanal deste item.

O treinamento do motorista é muito importante, bem como o acompanhamento das médias obtidas por eles. Felizmente agora está popularizando-se o Monitoramento de Frota Eletrônico, com o qual pode-se definir o consumo de combustível por turno de motorista.

As empresas sem este aliado na operação não tem como saber o consumo por motorista, pois como sabemos o abastecimento do ônibus é feito pelo bombista, a noite, sem a garantia que foi completado o tanque com diesel.

Outra possíbilidade é instalar um computador de bordo com a função de consumo. A Volkswagen Caminhões e Ônibus disponibiliza este equipamento em 100% da sua produção. Outras montadoras também oferecem este ítem como opcional.

No treinamento dos motoristas as práticas da Direção Econômica devem ser exaustivamente passadas.

Lembramos que o índice de consumo em Litros por km varia com muitos fatores  tais como: topografia, tipo de pavimento, condições de tráfego e, principalmente, forma de dirigir.

Um programa de premiação também mostra excelentes resultados, apenas há de ter-se critérios justos.

Lembro de haver visitado uma importante transportadora de carga em S. Paulo que premiava os motoristas que apresentavam o menor consumo de combustível. O problema era que sempre ganhava o motorista de carreta que fazia o trajeto S.Paulo-Rio pela Dutra e levava apenas 18 toneladas de carga [carga frigoríficada]. Ele concorria com outros que transportavam 27 toneladas em estradas com padrão bem inferior ao da Dutra. Muito injusto !